ATENDIMENTO EMERGENCIAL DE INTOXICAÇÃO POR PIRETRÓIDE EM CÃO NA CLÍNICA VETERINÁRIA DA FAI

Autores

  • Camila Almeida Romanini
  • Andrey Borges Teixeira

Palavras-chave:

Intoxicação. Piretróides. Cão. Clínica Médica de Pequenos Animais

Resumo

Piretróides são praguicidas obtidos das flores de Chrysanthemum cinerariaefolium, são considerados os pesticidas mais seguros do mercado e com menor toxicidade para os mamíferos. A intoxicação em animais de pequeno porte ocorre por desinformação dos proprietários, que utilizam esses agentes tóxicos para combater ectoparasitas de seus animais. Um exemplo de piretróide disponível e muito procurado por proprietários é a Deltametrina (Butox®), administrado por pulverização. Foi atendido na Clínica Veterinária das FAI um canino, sem raça definida, macho, com aproximadamente 5 meses, pesando 4 kg. O proprietário relatou que havia aplicado um medicamento contra pulgas dentro da orelha do animal, e que após isso ele apresentou salivação intensa. O proprietário não soube dizer o nome, nem o princípio ativo do medicamento. Na anamnese, foi relatado oligofagia e sialorréia intensa, porém não houve mais alterações relevantes. A imunoprofilaxia para raiva e outras viroses, estava regularizada, como também a vermifugação. O proprietário relatou intensa presença de pulgas (Ctenocephalides canis) e carrapatos (Rhipicephalus sanguineus). Durante o exame clínico, os parâmetros vitais permaceram dentro dos valores normais. Como tratamento emergencial ambulatorial foi realizado administração por via subcutânea de sulfato de atropina (1%) na dose de 0,044 mg/kg. Antes da administração da atropina foi realizada a diluição na relação de 1:10 com solução fisiológica em função de sua concentração, a atropina reduziu a atividade das glândulas salivares, diminuindo a sialorréia. A veia cefálica foi canulada, para administração de solução fisiológica NaCl 0,9% alcalinizada por bicarbonato de sódio com concentração de 2 mEq/dia. Também foi administrado por via intravenosa, um diurético de alça (furosemida), na dose de 4 mg/kg, para auxiliar na eliminação renal do agente toxicante, até que o quadro do animal fosse restabelecido. No dia seguinte, foi feita uma reavaliação, onde, os parâmetros vitais não apresentaram alterações. A intensa sialorréia havia cessado, porém o animal ainda não estava se alimentando normalmente. Foi realizada a limpeza do ouvido, por meio da extração dos ectoparasitas com o auxílio de uma pinça. Prescreveu-se a utilização de Pulvex® pour-on (Permetrina), contendo a dose correta de acordo com o peso do animal. O tratamento estabelecido neste caso, envolvendo a alcalinização da urina foi importante para evitar que o animal entrasse em choque metabólico (acidose), além do uso de diurético que favoreceu a eliminação rápida do agente tóxico. As intoxicações, na maioria dos casos, ocorrem por desinformação dos proprietários sobre os agentes toxicantes, onde muitos desconhecem a maneira correta de utilizar os produtos, veterinários ou não. A convalescença do animal atendido na Clínica Veterinária das FAI foi devido ao rápido diagnóstico por meio do reconhecimento correto do agente toxicante, possibilitando o início do tratamento emergencial que foi fundamental para a reversão do quadro clínico do animal, favorecendo o seu prognóstico. Devido ao restabelecimento do animal, não foi necessária a utilização de outros fármacos, porém existem casos mais complexos onde o tratamento envolve outras medidas de suporte para desintoxicar o animal.

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Publicado

15/07/2011

Como Citar

Romanini, C. A., & Teixeira, A. B. (2011). ATENDIMENTO EMERGENCIAL DE INTOXICAÇÃO POR PIRETRÓIDE EM CÃO NA CLÍNICA VETERINÁRIA DA FAI. Revista OMNIA Saúde, 5(2), 15–23. Recuperado de http://omnia.fai.com.br/omniasaude/article/view/38

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