CONSUMO ALIMENTAR DE ESCOLARES EM CANTINAS DA REDE PRIVADA DE MUNICÍPIOS DO OESTE PAULISTA.

Autores

  • Aliny Matos Correia
  • Fernanda Escaliante de Carvalho
  • Rita de Cássia Bertolo Martins Doutora em Alimentos e Nutrição (FCF/UNESP) Docente do Curso de Nutrição da UFGD
  • Aline Cristina dos Santos Bassoli Especialização em Gestão e Gastronomia em Serviços de Alimentação (UNIRP) Professora do Curso de Nutrição da FAI

Palavras-chave:

Cantinas Escolares, Alimentação Saudável, Educação Nutricional, Escolares, Hábitos Alimentares.

Resumo

A alimentação tem papel fundamental na manutenção da vida dos seres humanos, principalmente na fase escolar. Nessa faixa etária, os hábitos alimentares possuem uma tendência de serem pouco saudáveis. Esse comportamento acontece também nas escolas, onde uma das formas de acesso aos alimentos é a cantina, pois os escolares adquirem produtos alimentícios e bebidas de alta densidade energética, porém de baixo valor nutricional. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo analisar o consumo alimentar de escolares em três escolas da rede privada de dois municípios da região Oeste Paulista, sendo denominadas como A, B e C. Trata-se de um estudo exploratório, de corte transversal, com participação de 152 escolares que estão cursando o ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, de ambos os sexos. Como instrumentos para coleta de dados, foram utilizados um questionário semiestruturado incluindo o consumo alimentar dos escolares nas cantinas e um formulário para registro dos alimentos comercializados nas mesmas. Os resultados revelaram que 95% (n=81), 97% (n=33) e 91% (n=30) dos escolares participantes do estudo das escolas A, B e C, respectivamente, frequentam e consomem os produtos oferecidos nas cantinas, e dentre eles 34,3% (n=49) referiram comprar alimentos ou bebidas cinco vezes por semana. Alimentos de alta densidade energética e baixo valor nutricional foram encontrados em todas as escolas, sendo os alimentos mais citados como preferência de compra nas cantinas: salgados assados (A-58%, B-96% e C-66%), doces industrializados (A-50%, B-39% e C-64%), balas, chicletes e pirulitos, (A-15%, B-63% e C- 63%), biscoito de polvilho (A-31%, B-26% e C-10%), salgadinhos tipo chips (A-8%, B-15% e C-40%) e sucos industrializados (A-37%, B-28% e C-30%). A escola C é a única entre as avaliadas que fornecia para compra salgado frito e tal alimento possuía 76% de preferência de consumo. Apenas a cantina da escola A oferecia a venda de frutas, sanduíche e suco natural e bebidas lácteas, e as escolas A e B ofereciam barras de cereais a base de fibras, atendendo assim a legislação atual para o funcionamento de cantinas escolares. Com relação aos alimentos considerados saudáveis pelos escolares, foi apontado na escola A, o suco por 80% (n=68); na escola B o lanche natural por 64,70% (n=22); e na escola C o suco industrializado 54,54% (n=18). Quanto aos alimentos referidos como não saudáveis, o salgado assado foi relatado por 49,41% (n=42) na escola A, e também por 67,64% (n=23) na escola B e o salgado frito por 81,81% (n=27) na escola C. Concluiu-se, portanto que os alimentos disponíveis para compra nas cantinas, em sua maioria, são ricos em gordura saturada, carboidratos simples e de alta densidade calórica, e são pobres em vitaminas e minerais necessários para o crescimento saudável. Políticas mais rígidas quanto à comercialização de alimentos saudáveis nas cantinas escolares fazem-se necessárias. Tais resultados confirmam a necessidade da inclusão do tema alimentação saudável no currículo escolar, possibilitando assim a formação de hábitos alimentares mais adequados e melhor qualidade de vida para o público infanto-juvenil.

 

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Publicado

10/11/2014

Como Citar

Correia, A. M., Carvalho, F. E. de, Martins, R. de C. B., & Bassoli, A. C. dos S. (2014). CONSUMO ALIMENTAR DE ESCOLARES EM CANTINAS DA REDE PRIVADA DE MUNICÍPIOS DO OESTE PAULISTA. Revista OMNIA Saúde, 11(1), 15–28. Recuperado de http://omnia.fai.com.br/omniasaude/article/view/468

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