A ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL EM UMA PENITENCIÁRIA: UMA INTERVENÇÃO INSTITUCIONAL

Autores

  • Driele Tatiane Marchert FAI
  • Cassiano Ricardo Rumin

Palavras-chave:

Saúde do Trabalhador, Saúde Mental, Prisões, Psicologia Institucional.

Resumo

A violência presente no cotidiano de uma unidade prisional contribui para a degradação do quadro geral de saúde e especialmente produz prejuízos à saúde mental. Os limites para empregar a criatividade no cotidiano de trabalho impedem que o sofrimento seja transformado em prazer. O objetivo deste trabalho foi realizar uma intervenção em saúde mental numa unidade prisional de regime fechado de um município do oeste paulista. A metodologia compreendeu uma intervenção orientada pela Psicologia Institucional e foram analisados os componentes funcionais, a segmentariedade e as implicações institucionais. Foram priorizados os contatos intersticiais e a atenção em saúde mental por meio da psicoterapia breve individual de orientação psicanalítica. Os resultados indicam que os contatos intersticiais reduzem a resistência referente a abordagem do sofrimento e promove o entendimento da necessidade do cuidado em saúde mental. A psicoterapia breve possibilita que a palavra produza efeitos que se alargam do trabalhador para o cotidiano institucional.  Conclui-se que os sentidos silenciados se tornam audíveis por estes recursos e ocasionam algum nível de transformação. O sofrimento, agora ouvido e falado pode ser modificado e mobilizar forças instituintes.

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Como Citar

Marchert, D. T., & Rumin, C. R. (2017). A ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL EM UMA PENITENCIÁRIA: UMA INTERVENÇÃO INSTITUCIONAL. Revista OMNIA Saúde, 12(2), 12–23. Recuperado de http://omnia.fai.com.br/omniasaude/article/view/514

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