A VIOLÊNCIA E OS DESDOBRAMENTOS NA COMUNIDADE: AS PROPOSIÇÕES TERAPÊUTICAS NO TEATRO DE AUGUSTO BOAL E VIOLA SPOLIN

Autores

  • Cintia Mathias Scoriza FAI

Palavras-chave:

Psicologia Comunitária, Psicoterapia, Violência de Estado, Saúde Mental

Resumo

A Violência de Estado atingiu comunidades durante a vigência de regimes ditatoriais ocasionando intenso sofrimento psíquico as populações. Ainda, determinou a propagação do terror no cotidiano, mesmo após o período que compreendeu o regime ditatorial. Tal perspectiva da violência é caracterizada como um tipo particular, onde quem deveria promover a justiça se efetiva como um violador de uma ordem que preconizaria a manutenção de um aparato judiciário para julgar e aferir uma pena em caso de delito. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar modelos de intervenção psicoterapêutica grupal em comunidades. Esses modelos baseiam-se em técnicas de ação teatral e compreendem a mobilização subjetiva dos indivíduos participantes para o enfrentamento de conflitos constituintes do cotidiano. Reconhecendo os determinantes de agravo à saúde mental que a Violência de Estado representa, as práticas clínicas em Psicologia buscam delimitar possibilidades de intervenção que se constituam como ação terapêutica dirigida à comunidade. A constituição metodológica orienta-se a revisão bibliográfica das ações em psicologia dirigida a Comunidade e a apresentação de proposições para a intervenção dirigida às comunidades que envolvem “O Teatro do Oprimido” de Augusto Boal e os “Jogos Livres de Improviso” de Viola Spolin. Conclui-se que a elaboração afetiva propiciada pelas técnicas propostas pelos autores abordados, constituem-se como dispositivos terapêuticos de intervenção comunitária, pois, fomentam o fortalecimento das formações intermediárias que sustentam a vida intrapsíquica e os vínculos intersubjetivos.

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Como Citar

Scoriza, C. M. (2017). A VIOLÊNCIA E OS DESDOBRAMENTOS NA COMUNIDADE: AS PROPOSIÇÕES TERAPÊUTICAS NO TEATRO DE AUGUSTO BOAL E VIOLA SPOLIN. Revista OMNIA Saúde, 13(1), 41–52. Recuperado de http://omnia.fai.com.br/omniasaude/article/view/524

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