A AUTOGESTÃO NOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: AUTONOMIA E PROMOÇÃO DA SAÚDE

Resumo

A tentativa de reduzir a vulnerabilidade de grupos populacionais envolve a articulação destas populações a programas de transferência de renda. A partir das perspectivas da autogestão e da Economia Solidária, o objetivo deste trabalho envolveu a promoção da saúde e da autonomia de mulheres beneficiárias de programas de transferência de renda. A metodologia adotada compreendeu o desenvolvimento de oficinas participativas de geração de renda, baseadas nos princípios da autogestão. Os resultados indicaram que ao considerar que a promoção da saúde se efetiva no envolvimento contínuo com as relações societárias, a proposição do trabalho autogerido pode ser compreendido como meio que proporciona esta finalidade. O estabelecimento da autonomia, ao se ampliar do parâmetro financeiro, enfatiza a interlocução com os grupos presentes no espaço comunitário. Nesse sentido a autonomia se refere a interpretação das trocas sociais como espaços interpsíquicos de investimento. Conclui-se, indicando que os processos de aprendizagem que são emoldurados nas atividades das oficinas autogestionárias mobilizam os indivíduos a uma distinta percepção da comunidade; passa a ligá-la como campo para a realização de enlaces e apropriações, que se firmam além das trocas materiais.