ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO À MATERIAL BIOLÓGICO E O ANTI-HBS COMO RESPOSTA IMUNOLÓGICA À VACINAÇÃO CONTRA HEPATITE B
Palavras-chave:
Acidentes de trabalho. Hepatite B. Marcador sorológico Anti-HBs.Resumo
Os acidentes de trabalho com sangue e fluidos corpóreos potencialmente contaminados devem ser tratados como emergência médica, uma vez que as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciados logo após a ocorrência do acidente, para a sua maior eficácia. É importante ressaltar que as medidas profiláticas pós-exposição não são totalmente eficazes, enfatizando a necessidade de implementar ações educativas que familiarizem os trabalhadores da área da saúde com as precauções padrão e os conscientizem da necessidade de empregá-las, como medida mais eficaz para redução do risco de infecção pelo HIV ou hepatite no ambiente de trabalho. A hepatite B, que tem como uma das portas de entrada do vírus o contato com sangue por via percutânea, pode ser controlada ou pelo menos minimizada através da triagem por testes imunológicos e com uma política de vacinação dos profissionais, o que não acontece com a AIDS (VIEIRA; PADILHA, 2008). O presente trabalho realiza uma pesquisa de campo onde o objetivo foi identificar profissionais da área da saúde que foram expostos a situações de risco no trabalho e tiveram exposição à algum tipo de material biológico, e estimar o marcador sorológico anti-BHs após a vacina da hepatite B. Os dados foram obtidos através do programa SINANNET, nos anos compreendidos de janeiro 2007 até junho de 2009, totalizando 64 notificações de acidentes com exposição a material biológico. Foram quantificados dados quanto à ocupação, circunstância do acidente, uso de EPI’s, situação vacinal, agente e os resultados dos exames complementares. Dos 64 profissionais analisados, na categoria de ocupação, 35,93% foram os da equipe de enfermagem, 17,18% foram estudantes universitários e profissionais odontológicos, e 9,37% foram auxiliares de limpeza. Na categoria de circunstância do acidentes, 20,31% profissionais tiveram exposição de sangue em pele não íntegra/mucosas, 15,62% em descartes inadequados de materiais perfurocortantes e 12,5% em procedimentos odontológicos e punção venosa. Na categoria do uso de EPI’s, 56,25% profissionais usavam luvas, 32,81% usavam avental e 26,56% profissionais não usavam nenhum tipo de equipamento. Na categoria situação vacinal, apenas 3,12% profissionais não haviam completado as 3 doses de vacina da hepatite B. Na categoria agente, 57,81% profissionais foram expostos a agulhas com lúmen, 15,62% com outros materiais não especificados, e 10,93% com agulhas sem lúmen. Na categoria resultado finais dos exames complementares, anti-HIV, HbsAg e anti-HCV negativaram em todos os profissionais, o Anti-HBs identificou que 29,68% profissionais que estavam com as 3 doses de hepatite B, tiveram sorologia não reagente, portanto estavam desprotegido ao risco de infecção e 25% tiveram sorologia reagente, dentre os negativos, 25% profissionais estavam com esquema completo de vacina da hepatite B, identificando que apresentaram Anti-HBs não reagente. Os resultados mostraram indicadores importantes que podem ser utilizados no planejamento de um programa de conscientização e preventivo à ocorrência dos acidentes de trabalho com exposição à material biológico, como a elaboração de folhetos explicativos educação permanente para os profissionais, tanto para adequar a forma de registro dos dados como na orientação aos profissionais que foram expostos.Downloads
Publicado
24/02/2012
Como Citar
Ramos, C. M., & Santos, R. I. M. (2012). ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO À MATERIAL BIOLÓGICO E O ANTI-HBS COMO RESPOSTA IMUNOLÓGICA À VACINAÇÃO CONTRA HEPATITE B. Revista OMNIA Saúde, 6(2), 15–28. Recuperado de http://omnia.fai.com.br/omniasaude/article/view/13
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